sábado, 7 de abril de 2012

Por que as pessoas dizem que não gostam de gatos?

Estou cansado de ouvir pessoas dizerem que não gostam de gatos. Como sou fascinado por essas criaturas, resolvi tentar entender o porquê disso. Como é que alguém pode não gostar de animais tão maravilhosos?
Conversando com diversos “inimigos” de gatos, cheguei a algumas conclusões. Não sei se estão corretas, mas me confortam e espero que ajudem a confortar aos demais amantes dos felinos.
Nojentos e asquerosos
Há pessoas que dizem sentir nojo de gatos ou que os acham asquerosos. Logo imaginei que poderia ser aflição por pêlos, já que bastante gente gosta da pele de sapos ou de pererecas. Mas a maioria dessas mesmas pessoas não acha os cães nem um pouco nojentos ou asquerosos. Como? Os dois possuem pêlo e pele muito semelhantes, sendo que os gatos costumam estar muito mais limpos e com menos odores que os cães. Concluí que esses comentários não decorriam de características da pele ou do pêlo dos gatos. Essa minha primeira conclusão me deixou ainda mais curioso e continuei com minha pequena pesquisa...

Interesseiros e egoístas
O comentário que mais ouvi, sem dúvida nenhuma, é que os gatos são interesseiros e egoístas. Esse foi o principal motivo relatado pelas pessoas que diziam odiá-los. Achei curioso o fato de essas pessoas nunca terem tido um contato maior com gatos. O pouco que elas sabem é pelo que ouvem falar. Fui ficando cada vez mais curioso, pois como alguém pode ser capaz de odiar um animal que nem sequer conhece direito?

Prazer em falar mal do bichano
Outra coisa que me intrigava era as pessoas parecerem ter prazer em falar mal dos gatos ou ter orgulho em dizer que não gostavam deles. Mesmo quando eu perguntava especificamente se gostavam de cães, muitas me respondiam que sim e aproveitavam a deixa para dizer que, porém, de gato não gostavam! Da onde viria essa vontade tão grande de dizer que não gostavam de gatos?

Clube exclusivo
No decorrer de minha pesquisa, comecei a perceber que existia nas pessoas uma tendência de escolher entre uma espécie e outra, como se não pudessem gostar das duas. Se gosto de cães, automaticamente não posso gostar de gatos.

Ajuda de psicólogos e psicanalistas
Com uma porção de dados na mão e inúmeras dúvidas, resolvi bater um papo com especialistas em comportamento humano, ou seja, com psicólogos e psicanalistas.

 
Foi a partir dessa conversa que muitas coisas se esclareceram na minha cabeça e passei a compreender melhor os não amantes de gatos. Não quero dizer, com isso, que concordo com eles - simplesmente os entendo melhor!


Abaixo menciono algumas das nossas conclusões:

Quero falar de mim e ser aceito!
Quando alguém fala sobre algo, também está falando de si próprio. É o que acontece, provavelmente, quando a pessoa diz que não gosta de gatos. Em vez de dizer que não é egoísta, independente ou nojenta, simplesmente diz que não gosta de gatos. E a intenção de falar sobre si mesma e de estreitar o relacionamento terá funcionado se a pessoa com quem conversa também tiver repúdio por gatos.

Expectativa errada
Mas como é que o gato tornou-se sinônimo de interesseiro e independente? Provavelmente isso acontece porque há uma tendência natural de compará-lo com o cão, animal extremamente dependente e que necessita de constante aprovação das pessoas do seu grupo.
Não há como não se frustrar se esperarmos que um gato se comporte como um cão e vice-versa.

Dificuldade de aceitar o diferente
Para a maioria das pessoas, é muito mais fácil aceitar o comportamento canino, muito mais conhecido por elas e mais parecido com o nosso. Seres humanos são extremamente carentes e precisam de aprovação dos demais quase que constantemente, assim como os cães e diferentemente da maioria dos gatos.

Vença seus preconceitos!
Concluímos, com a pesquisa, que as pessoas falam mal dos gatos para conseguir atenção, para ser aceitas e para dizer que não são egoístas e que precisam das outras pessoas. Mas também dizem sem saber, pelo menos algumas, que são preconceituosas e que não conseguem amar seres diferentes delas!


Gatos são animais incríveis, mesmo sendo diferente dos cães e de nós. Reconhecer isso e aprender com as diferenças nos torna pessoas mais sensatas e humanas.

Fonte: Revista Cães & Cia, n. 342, novembro de 2007




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